Truque de Mestre: O 3º Ato tem poucas surpresas, mas muito charme
- Marcos Silva

- há 1 dia
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A engenhosa franquia está de volta, como num passe de mágica! Assistimos com exclusividade a Truque de Mestre - O 3º Ato. O estiloso grupo de mágicos chega aos cinemas com uma nova aventura no dia 13 de novembro. A seguir, nossas impressões sobre o filme.
É bom estar de volta!

Daniel Atlas (Jesse Eisberg) lidera uma nova geração de mágicos! Os Quatro Cavaleiros estão de volta, e agora convocam June (Ariana Greenblatt), Charlie (Justice Smith) e Bosco (Dominic Sessa), enquanto eles se preparam para o roubo mais arriscado de suas vidas – capturar o Coração de Diamante, artefato que pertence ao império de Veronika Vanderberg (Rosamund Pike). E de quebra, vão fazer de tudo para derrubar o império criminoso da gata.
Eis a verdade: só com esse pequeno trecho já dá para imaginar uma narrativa cheia de potencial, e que poderia encerrar a franquia como uma trilogia. Mas não é bem assim. A história, que inicialmente soa ambiciosa, acaba sendo bem mais linear do que promete. O escopo épico na verdade é só mais um truque! Apesar disso, ainda assim o filme tem um saldo positivo.
Passagem de bastão
Truque de Mestre pega os moldes que algumas franquias usaram para renovar os votos com os fãs por meio da nostalgia, e pegar uma nova geração de fãs no meio do caminho. O que aconteceu em Jurassic Park, a nova trilogia de Star Wars e os novos filmes de Caça-Fantasmas se replica aqui. E mesmo sendo a mais jovem, Truque de Mestre faz bom uso da fórmula.
Sobre o novo grupo de mágicos, este foi um elenco muito bem escolhido. Ariana Greenblatt, de Barbie, é carismática e astuta; Justice Smith é um nerd retraído com um olhar afiado; e Dominic Sessa, do excelente Os Rejeitados, tem o perfil perfeito de um ilusionista que consegue entrar em qualquer festa privada. O trio de amigos tem uma ótima química e a dinâmica deles, agora sob a mentoria de Daniel Atlas, é bem divertida.

Apesar disso, sinto que o filme não teve sucesso em balancear os “poderes” com os Cavaleiros clássicos. Todos os quatro ilusionistas do primeiro filme estão de volta, e cada um tem o seu momento de brilhar, mas ainda assim, fica uma sensação de que eles só estão ali para cumprir o aspecto nostalgia que o filme propõe. A cena de retorno da queridinha dos fãs, Isla Fisher, tem até uma pausa estratégica de uns cinco segundos – só para esperar as palmas e a torcida no cinema. Achei bem Marvel da parte deles!
Ah, e não está escrito o tanto que a Rosamund Pike parece ter se divertido no papel de vilã desse novo jogo. Ela está à vontade, e sendo a atriz com o talento que tem, domina as cenas que está em foco, mesmo com um roteiro que trabalha só na superfície da vilã construída para o filme.

Nunca revele seus segredos
Foram dois filmes e mais de dez anos para a gente se divertir descendo a lenha nos diálogos expositivos, roteiros sem sentido e cenas que dão uma certa vergonha alheia. É óbvio que o terceiro filme não seria diferente.
A franquia nunca foi daquelas com a pretensão de condizer com a realidade e muito menos esconder os seus defeitos. Pelo contrário — os dois primeiros filmes sempre pediam ao espectador mais espertinho para baixar o senso crítico, se ajeitar na poltrona e ver a mágica acontecer.

Típico de um bom filme farofa, o terceiro ato está no mesmo nível dos anteriores. Porém o que deixa a desejar aqui é um investimento maior nas cenas de ação e pouco tempo para as evasivas absurdas usando truques clássicos de mágica, que é a assinatura da franquia.
Nada é o que parece
O novo filme da franquia Truque de Mestre é muito mais controlado do que o trailer e o material de divulgação prometem. Não é o maior roubo da história. Pelo contrário – sabendo que nossos “Robin Hoods” modernos vão ser colocados em situações de quase morte e escapar dali num estalar de dedos – o espectador já vem para esse filme sabendo que o risco de se surpreender é bem pequeno. Mas, o marketing também precisa fazer a sua mágica.

Três é um ótimo número para encerrar uma franquia. Mas, como um novo filme já está em desenvolvimento, esse terceiro ato é mais uma preparação de terreno do que de fato um adeus. É um longa divertido para rever os amigos que sentimos saudades, para nos deixar levar por uma história envolvente de assalto.
No fim, Truque de Mestre: O Terceiro Ato pode não fazer a plateia levantar da cadeira aplaudindo, mas ainda sabe como nos entreter com estilo — e, convenhamos, isso também é um truque e tanto.






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