Chegou na sexta-feira (18) no Prime Video, o filme brasileiro Maníaco do Parque, que conta a história do serial killer brasileiro que aterrorizou as mulheres de São Paulo em 98. Saiba o que achamos da produção.
O enredo
O filme conta a história de Francisco, um motoboy que tem como hobby andar de patins no parque do Ibirapuera, ele leva uma vida normal em São Paulo, mas esconde um segredo que é revelado, ele então é acusado de agredir 21 mulheres e matar dez delas.
O roteiro
Enquanto a Netflix investe forte em produzir séries e filmes sobre crimes americanos, o Prime Video resolveu apostar em crimes brasileiros, começando pelos dois filmes sobre o caso de Suzane von Richthofen. Em Maníaco do Parque, que conta com o mesmo diretor de “A Menina Que Matou os Pais”, acompanhamos duas histórias paralelas, a história de Francisco, um homem comum, mas que nas horas vagas atrai mulheres indefesas até o parque para estuprá-las e matá-las a sangue frio, e a história de Elena, jornalista do Notícias Populares que ficou encarregada de cobrir o caso, ela realiza um jornalismo investigativo. É importante dizer que a repórter nunca existiu na vida real, a decisão de incluí-la no roteiro foi exatamente para evidenciar as vítimas e as mulheres do Brasil, além disso, boa parte de como se deu a captura de Francisco é ficção.
Ao mesmo tempo que conhecemos Francisco e seu comportamento como assassino, também acompanhamos a briga de ego e o machismo no jornalismo de época, Elena a todo tempo é diminuída e excluída do caso que ela divulgou, também temos uma ideia de quão difícil eram as investigações na década de 90, com o difícil acesso a testes de DNA e coleta de dados da população.
Os caminhos escolhidos pelo roteiro foram muito positivos, isso porque a ideia não foi tornar o Maníaco do Parque em um personagem adorado, mas sim nos fazer refletir sobre a violência contra a mulher e dar um novo olhar para as vítimas. Assim como a minissérie sobre a Boate Kiss, que foi lançada para dar luz ao caso e a injustiça que acontece no Brasil, tentando fazer uma espécie de burburinho para ver se os responsáveis realmente serão punidos, O Maníaco do Parque segue o mesmo objetivo. Ao apresentar ao final do filme que na época a pena para o serial killer foi de 285 anos e 3 meses, mas o tempo máximo de prisão permitida no Brasil é de 30 anos, agora o assassino pode ganhar liberdade em agosto de 2028.
O elenco
Desde sua atuação em Bacurau, Silvero Pereira já se mostrou um ator com muito potencial para se tornar um dos maiores do país, agora na pele de Francisco ele nos confirma ainda mais essa previsão, Silvero mergulha na mente do serial killer e mostra que é capaz de interpretar qualquer papel. Giovanna Grigio, nossa eterna Chiquititas, foi uma grande surpresa no filme, Bruna Marquezine que se cuide, na pele de Elena ela traz o tom do jornalismo investigativo e do feminismo para as telas, atuando até melhor do que Bruno Garcia, Augusto Medeiros e Xamã.
Nosso veredito
É muito bom ver o cinema brasileiro evoluindo cada vez mais, atraindo público e entregando um bom trabalho. Maníaco do Parque não é apenas mais um filme sobre serial killer, mas um pedido de ajuda de mulheres que todos os dias sentem medo ao saírem sozinhas de casa. A decisão de mudarem algumas informações sobre a investigação não me agrada muito, mas o resultado é satisfatório. Vale a pena conferir essa produção!
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