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Homem com H tem a força e o ritmo de Ney Matogrosso

  • Foto do escritor: Maria Tosin
    Maria Tosin
  • há 1 hora
  • 3 min de leitura

A convite da Paris Filmes, assistimos antecipadamente a cinebiografia de Ney Matogrosso, Homem com H, que chega aos cinemas no dia 1º de maio. Vem conferir o que achamos!


Sobre o enredo

Homem com H: tem a força e o ritmo de Ney Matogrosso

O filme conta a história de Ney Matogrosso, ícone da música brasileira que se tornou conhecido por sua liberdade artística e sexual. Ney começou sua carreira nos palcos em 1970 na banda Secos e Molhados, mas depois seguiu carreira solo e conquistou o Brasil inteiro com sua voz aguda e seu gingado único. O filme busca mostrar as raízes e a essência de Ney, essa pessoa que se tornou um ícone por sua ousadia, mas que carregava dilemas comuns.

Sobre o roteiro

Sempre quando penso em cinebiografia me vem um pequeno frio na barriga, e se tratando de Ney Matogrosso, meu medo era que a produção tivesse grandes chances de optar pelo básico ou por um caminho perigoso e experimental demais, mas ainda bem que nenhuma das duas coisas aconteceu.


A produção segue uma linha do tempo, mostrando a infância de Ney, que é abordada brevemente, mas que já nos faz entender suas raízes e sua relação conturbada com seu pai. Todas as fases de Ney Matogrosso são mostradas com cuidado e detalhes, o filme convida você a mergulhar em cada versão de Ney, desde seu período servindo o Exército Brasileiro, até o momento em que ele e sua banda Secos e Molhados rompem a parceria que deu certo por tantos anos.

Homem com H: tem a força e o ritmo de Ney Matogrosso

O fato de Matogrosso acompanhar de perto o filme com certeza fez toda a diferença, pois ele escolheu quais partes gostaria de mostrar. Ney ainda é visto por muitas pessoas como fora da casinha e o filme mostra exatamente porque ele pensava e agia daquela forma e até encoraja quem algum dia pensou assim ou olhou para ele com preconceito a deixar essas crenças para trás. A produção não economiza nas cenas de sexo que foram feitas para mostrar como a liberdade de Ney estava ligada a sua vida sexual. 

Se engana quem acha que o filme é repleto de cenas musicais, muito pelo contrário, você pode até achar falta de cenas que envolvem música, mas na minha opinião elas foram encaixadas exatamente onde deveriam estar, trazendo um tom ainda mais artístico e experimental para o filme, é como se Ney estivesse ali conosco em cada cena. Também acompanhamos alguns nomes importantes da música que cruzam o caminho de Ney, como Cazuza, e entendermos como foi a relação dos dois gênios da música.

Homem com H: tem a força e o ritmo de Ney Matogrosso

A AIDS também é abordada de maneira muito breve pelo longa, mas rende uma das cenas mais bonitas do filme. Quando criança, o pai de Ney o batia para que ele chorasse, ele nunca chorou, a primeira vez em que Ney chora é quando sabe que seu atual namorado está com AIDS, de maneira subjetiva, aliás, isso é o que filme faz de melhor, mostra que apenas o amor é capaz de fazer Ney chorar, nem mesmo a violência e o preconceito podem fazer isso.

O elenco

Jesuíta Barbosa encarna Ney de uma forma espetacular, Ney Matogrosso acabou dublando algumas cenas em que Jesuíta canta, o que tornou a dublagem ainda mais perfeita em toda a trama, é realmente satisfatório ver a entrega do ator para este papel e merece todos os elogios. Jullio Reis interpreta Cazuza e também nos faz voltar no tempo ao recriar os trejeitos do cantor. Rômulo Braga interpreta o pai de Ney e faz o básico bem feito.


Nosso veredito

Homem com H: tem a força e o ritmo de Ney Matogrosso

Homem com H é um convite a conhecermos Ney Matogrosso e a abandonarmos todo tipo de estereótipos que vinha acompanhado do seu nome, é envolvente do início ao fim e na medida em cada ponto. É incrível ver o nível em que o cinema brasileiro está chegando, que a boa leva de produções dure por muito tempo, com certeza esse é mais um filme que merece ser visto no cinema.


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