No dia 22 de fevereiro o novo longa de terror, “O Jogo da Morte”, estreia no Brasil. À convite da Paris Filmes, participamos da cabine de imprensa do filme e tivemos a oportunidade de conferir esta trama que tem chamado a atenção do público. Confira a nossa crítica sem spoilers!
O enredo
Dana é uma adolescente que acabou de perder a irmã mais nova em uma violenta e abrupta morte. Em busca de respostas para entender o que levou a caçula a se jogar na frente de um trem, ela descobre um jogo macabro no computador da irmã e começa a investigá-lo em busca de respostas. Na tentativa de impedir que os criadores ceifem mais vidas, Dana colocará a sua em risco caso não desvende este mistério.
Um dos grandes motivos por trás da crescente atenção em torno deste filme se deve ao fato de que ele se baseia no jogo “Baleia Azul”, criado na Rússia e que se popularizou em 2015. A brincadeira macabra consistia em um jogo com 50 desafios, uma vez iniciado não poderia ser interrompido ou os participantes seriam perseguidos, ameaçados e sofriam retaliações.
As etapas envolviam atos ilegais, incentivo à automutilação e, no último passo, até o suicídio do jogador. Três mortes e incontáveis casos de jovens machucados e feridos foram registrados em diferentes países, inclusive no Brasil.
O filme
“O Jogo da Morte” é feito no modo screen life, em que todo o filme acontece através de filmagens e chamadas no celular e no computador. “Amizade Desfeita”, “Host” e “Buscando…” utilizam a mesma escolha e limitam o espectador a somente o que é mostrado nas telas e nas chamadas de vídeo pelo facetime ou Skype. O que torna essa opção atraente para o terror são as diversas possibilidades de aumentar o suspense, seja pela tela travando, iluminação fraca, queda de internet, chats inesperados, entre outros.
Ainda sobre a internet, o longa reforça o perigo das redes no que se refere à exposição de informações e fotos sem permissão, à disseminação de imagens e vídeos trágicos, à exaltação do horror e da violência e da falta de leis que regem esse meio.
Para os fãs de suspense, o filme entrega plot twist e novas descobertas a todo momento, nos fazendo elaborar diferentes teorias e suspeitas.
Um grande acerto do filme é abrir mão de recursos como jumpscare e violência gráfica, para focar em arrebatar o espectador através da própria atmosfera angustiante dos acontecimentos. Quando vemos filmagens dos participantes do jogo e associamos com a vida real, é impossível não se arrepiar da cabeça aos pés e, com as luzes apagadas, muitos podem temer que a bizarra figura mascarada apareça em seu quarto.
Contudo, nem mesmo a história real ou as chamadas de vídeo bizarras impediram este filme de cometer alguns erros que atrapalharam a minha experiência e fizeram ele parecer mais do mesmo.
Clichês, teorias e outros erros
O filme é recheado de clichês e, antes da metade, conseguimos traçar boa parte dos acontecimentos. Sabe quando o personagem decide ir sozinho, ferido e no escuro, atrás de um serial killer mesmo quando claramente isso não deve ser feito? O filme está repleto desses momentos, que, aos poucos, me cansaram dos protagonistas.
Com relação à referência à brincadeira “Baleia Azul”, achei que algumas escolhas de liberdade criativa tiraram o protagonismo das vítimas, diminuindo a importância do enfoque do suicídio nesses casos. Além disso, o ritmo acelerado da narrativa faz com que os personagens mudem de atitude e de opinião muito rápido, deixando o roteiro artificial.
Dentre os erros, talvez o principal seja apresentar mais do mesmo e criar uma obra pobre, que poderia inovar dentro do screen life. Confesso que fiquei um pouco confusa com o final, sem entender alguns furos que não foram preenchidos.
No fim, “O Jogo da Morte” é um filme com erros e acertos, que ajuda a passar o tempo, mas que pode ser substituído por outros do mesmo gênero.
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