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Foto do escritorArthur Ripka Barbosa

Thor: Amor e Trovão é uma galhofa sobre amor escrita por linhas tortas

Em Thor Ragnarok, Taika Waititi conseguiu fazer algo que nenhum outro diretor havia conseguido na Marvel: dar o tom certo ao Thor (Chris Hemsworth). A personagem que sempre pareceu deslocado das demais teve no humor o seu encaixe e isso garantiu ao diretor o direito de fazer mais um filme do Deus do trovão. E dessa vez, Taika sabia onde o coração do filme estava, mas demora para encontrá-lo. Vem ver a seguir onde o filme acerta e onde peca.

O filme tem um ritmo estranho

As intenções do Taika Waititi para este filme estão claras desde o começo: dar ao Thor um propósito, afinal, ele é uma personagem que constantemente sofre com perdas no MCU. Porém, a forma com que ele quer deixar claro isso, principalmente no primeiro ato, é acelerada e usa estruturas de roteiros que deixam a história desconexa, como por exemplo, o uso de voice-overs constantes para estabelecer a situação das personagens. A impressão é que Waititi tenta experimentar diversos elementos, que abusa daquilo que deu certo no filme anterior, se perde, mas que recupera na metade do segundo ato até o final, que é quando o roteiro passa a ser mais tradicional.



As piadas entregam personagens simplórios

Em Ragnarok, a principal característica dada ao Thor é aquele humor autoconsciente, que busca no humor a fuga para seus problemas. Em Amor e Trovão, isso se repete, mas é extrapolado às demais personagens, deixando o recurso repetitivo e até irritante em certos momentos. O artifício até cumpre a sua função de desenvolver as personagem, mas de forma bem limitada. E é nessa limitação que o roteiro perde peso, ao, por exemplo, não aprofundar as referências à de Jane Foster (Natalie Portman) e de sua excelente Poderosa Thor. A exceção fica com o vilão Gorr (Christian Bale), que ao ser construído de forma tradicional, possui um excelente arco e momentos aterrorizantes, quando auxiliado pela caracterização e uso de câmeras.


É uma galhofa maravilhosa

Apesar de ser um filme que percorre um caminho tortuoso, ele é uma excelente galhofa, como se poderia esperar de Taika Waititi. Abusando de cores, piadas toscas, gritos de bodes e de Guns n’ Roses, o diretor entrega no fundo uma história sobre amor, num filme que se encaixaria perfeitamente numa Sessão da Tarde dos anos 90, mas que dá novos caminhos para o MCU. E ele acaba sendo interessante por ser um filme cujo caminho reflete o percorrido de Thor ao longo do universo Marvel.



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