Mais um suspense está chegando nos cinemas e, à convite da Paris Filmes, participamos da cabine de imprensa de “Os Estranhos: Capítulo 1” e vamos contar tudo sobre o novo longa que chega dia 30 de maio nos cinemas!
O enredo
Maya está a caminho de uma entrevista de emprego no interior dos Estados Unidos. Acompanhada de Ryan, seu namorado, os dois estão celebrando o último dia da viagem e seu quinto aniversário de namoro quando decidem parar na estrada para comer.
Olhares estranhos, recepção nada calorosa e um imprevisto obriga o casal a passar a noite em uma cabana isolada. Com velas, comida, lareira e música, o clima poderia ser perfeito para a comemoração, se três estranhos mascarados não iniciassem um jogo mortal com os pombinhos até o amanhecer.
A saga, que está prevista para ser uma trilogia, é um remake do filme homônimo de Bryan Bertino, lançado em 2008. Acho importante falar que não assisti ao primeiro longa, portanto, esta crítica terá como foco único e exclusivo a obra de 2024.
Medo, tensão e muito suspense
Como amante de terror, não tem nada que eu valorize mais do que uma atmosfera de tensão bem construída e, para mim, não restam dúvidas de que Renny Harlin fez isso com primazia.
É verdade quando digo que o perigo está atrás da porta e o medo está em todo lugar. A trilha sonora tem um papel importante no longa, pois, com tons agudos, ruídos e melancolia, ajuda a alarmar o espectador desde o início.
Nos primeiros minutos, uma música angustiante, semelhante à usada em Dark, acompanha algumas frases em vermelho sob uma tela preta, contextualizando o espectador a respeito da trama. As informações revelam de maneira breve o quadro de violência nos Estados Unidos e iniciam o filme confessando que a história é inspirada em um caso real.
O uso da Sonata nº14 de Beethoven foi uma escolha bem legal, porque além de linda, a composição também carrega uma melancolia e casa perfeitamente com a cena em que está inserida. Além das músicas, o tom de voz dos personagens, a linguagem corporal e até a falta de maiores informações mergulham o público em um crescente suspense que está em todo lugar, não importa se é dia ou noite, se estamos dentro ou fora da cabana na floresta, estamos com medo.
Não sou muito fã de jumpscare, porque costumo achar tosco, então me surpreendi quando adorei isso neste filme. Somado à tensão, a produção não fica refém desse recurso, fazendo com que ele funcione e assuste o espectador (várias vezes!).
O elenco
Quando vi o elenco, percebi que só conhecia dois atores: Madelaine Petsch, nossa eterna Cheryl de Riverdale, e Froy Gutierrez, de Teen Wolf. Fiquei com receio do elenco pouco experiente impactar o filme, mas gostei bastante do resultado final.
O casal protagonista estava bom, mas achei a atuação do Froy um pouco fraca em alguns momentos. Já os personagens secundários são ótimos, nos poucos segundos que aparecem na tela já conseguem transmitir desconfiança, tensão e a certeza de que algo está errado, principalmente Emma Horvath, que interpreta a garçonete Shelly.
Sempre podemos melhorar
Mesmo tendo gostado muito do filme, com atmosfera envolvente, sustos inesperados e um final surpreendente, o longa tem algumas falhas que vale a pena comentar. Aviso, esta seção contém spoilers!
Está ficando cansativo ver contextos e “imprevistos” toscos serem repetidos. A nítida falta de receptividade da população, a falta de sinal, objetos sumindo, veículos estragando e um passado de crimes são obviedades que desanimam o espectador, pois, além de já terem sido utilizadas antes, são pontos que sem dúvidas não seriam ignorados na vida real tal qual os personagens fazem dentro das telas.
Sobre a falta de informações, por um lado essa escolha nos prende ao roteiro, mas, por outro, provoca um desenvolvimento raso da história. Fiquei com a sensação de que o casal tinha mais conflitos e pontos mal resolvidos do que nos foi revelado e o público fica boiando sobre o que de fato rola no local. Toda a cidade parece conivente com os assassinatos e até tem a sua parcela de contribuição, mas ao mesmo tempo não temos certeza do que acontece.
Enquanto uma trilogia, esses pontos provavelmente serão explorados nos outros filmes, mas ainda assim deixo como ponto de atenção caso isso não aconteça.
Uma escolha fácil e boa
No fim, acredito que “Os Estranhos: Capítulo 1” é uma escolha fácil e boa, propícia para quando estamos sem ideia e queremos a garantia de um terror legal, instigante e repleto de sustos, ainda que não entre para a lista de filmes favoritos.
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