O Último Rodeio: uma história simples quando bem contada, vira ouro!
- Fabrizzio Laroca
- há 23 horas
- 3 min de leitura
O Último Rodeio resgatou algo que eu tenho muita saudade dos filmes que vieram antes dos anos 2000: Entender que às vezes você só precisa ir no simples e contar uma boa história de forma convincente. Entende o que quero dizer? Tô falando daquele excelente filme de sessão da tarde carregado de clichês, mas que te faz chorar sem nem notar. O Último Rodeio é um desses filmes. O longa dirigido por Jon Avnet e protagonizado por Neal McDonough é convincente no simples. Vem entender o motivo!

Sinopse
No interior dos Estados Unidos, uma grande estrela dos rodeios aposentada há mais de 10 anos, volta a participar de uma competição de montaria com a intenção de juntar US$750 mil para salvar seu neto. Antes de tudo: Sim, esse é mais um daqueles filmes, que se acontecessem no Brasil, não durariam 10 minutos, pois aqui temos o SUS. No meio desse retorno, o velho Joe, acaba lidando com traumas, perdas, luto e conflitos familiares, que testam a fé e a coragem de um homem a muito tempo descrente.

Sobre a direção e a fotografia
A direção de cenas se destaca principalmente em construir e manter a tensão dentro da arena. A direção é extremamente eficaz no que se propõe: trabalha com cenas que prolongam o tempo para amplificar a expectativa — transformando oito segundos em uma verdadeira eternidade — e com cortes rápidos em diferentes ângulos para transmitir a intensidade do esporte. Essa combinação faz com que a direção das cenas na arena se destaque de forma marcante em relação ao restante do filme. A fotografia explora o ambiente de forma assertiva, nada é por acaso. Pequenas cenas são pensadas para te colocarem naquele cenário e ajudarem a entrar na história aos poucos e já ir aos poucos entendendo as conexões entre os personagens, sem precisar de tanta introdução.

A estrela no centro da arena
Neal McDonough é um excelente cowboy, isso é inegável. Mas devo dizer que aqui, ele rouba todos os holofotes e apresenta um personagem completamente diferente do que ele já havia apresentado na carreira. Joe é um herói inquieto, um pai ríspido e um amigo fechado, que acabou se afastando de todos depois de perder a esposa para um câncer. Um homem carregado de rancor, arrependimentos e cheio de ressentimentos, que resolve por fim olhar para o próprio futuro e começar a arrumar as coisas. Neal ajudou Avnet no roteiro, então talvez essa proximidade a mais com o cerne do personagem, tenha ajudado com essa conexão. O que temos como resultado final, é uma atuação emocionante e convincente.

Não só de grandes estrelas se faz um céu
Neal não é o único a brilhar nesse filme. Atores coadjuvantes entregaram atuações louváveis em cada um dos seus papéis, que ajudaram muito o personagem principal em sua entrega para o papel. Na minha opinião, apenas uma atuação foi fraquíssima dentro desse filme: Daylon Swearingen, que interpreta Billy Hamilton, parece ser aquele novato do teatro que fala as frases de forma claramente decorada, não demonstra interpretar o que tá sendo dito, dificultando bastante nessa interação com Neal.

Nosso veredito
Esse filme é como um bom PF com bastante arroz, feijão e farofa: quando bem feito, não tem como dar errado. O Último Rodeio sabe o que está fazendo, se propõe ao simples e cumpre com louvor com a proposta. É o clássico filme que você veria numa sessão da tarde, e olha, como eu sentia falta disso…
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