Confinado: sucesso latino americano ganha remake estadunidense
- Cauê Martins
- há 18 horas
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A convite da Diamond Films, tivemos a oportunidade de conferir antecipadamente o longa “Confinado” que chega nas telonas dia 29 de maio. Vem saber o que achamos!

Nossa impressão
Estrelado por grandes nomes de Hollywood como Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes), e Bill Skarsgård (It - A Coisa) o filme traz uma premissa baseada originalmente no filme argentino “4x4”, filme esse que também inspirou a conhecida obra brasileira “A Jaula”. O longa conta com a assinatura de David Yarovesky na direção, um diretor que gosta de brincar com temas mais sombrios, violentos e que beiram o absurdo, como é o caso do controverso “Brightburn - Filho das Trevas” que dividiu completamente o seu público. Para completar essa aura melancólica em que o filme está inserido, temos o grande Sam Raimi em sua produção. O diretor é reconhecido por trazer um olhar único em seus filmes, carregando uma espécie de esquisitice interessante demais.
Agora falando sobre o filme em si, somos colocados no ponto de vista de Eddie Barrish (Bill Skarsgård), um pai solteiro que tenta a todo custo conseguir dinheiro para suprir seu estilo de vida supérfluo. Porém, ao tentar invadir uma SUV de luxo para furta-la, Eddie se vê preso em uma jaula móvel, projetada pelo excêntrico médico William Larsen (Anthony Hopkins) que, na maioria do filme está presente única e exclusivamente representado pela sua voz.

A película traz consigo uma ousadia pois, como todas as suas outras versões, ela se passa quase que inteiramente dentro de um veículo, e o impressionante é que ela prende a nossa atenção por grande parte do tempo, o que convenhamos não é uma tarefa fácil de se fazer, principalmente quando é algo que já vimos algumas vezes antes. Não se engane ao pensar que a versão estadunidense não iria inovar em alguns quesitos, temos algumas alterações aqui em relação às outras versões que são sim relevantes para o progresso narrativo, pois fortalecem o seu principal questionamento: a vingança é justificada contra aqueles que precisam sobreviver a base da “malandragem” e passam impunes perante à justiça? Se sim, até que ponto? A questão sobre consciência de classes permeia a trama a todo momento.
Apesar disso, como dito antes, há um momento em que o filme se mantém no mesmo ritmo por muito tempo, tornando algo massante demais! O ritmo ditado ali impactou negativamente a experiência, pois era tudo colocado com a intenção de surpreender e no final gerava uma sensação oposta: a inconveniência.
Sobre o elenco, no geral é um conjunto exíguo, pois a o enredo está concentrado em três personagens, William Larsen, Eddie Barrish e a sua filha Sarah Barrish. Como um todo, eles funcionam! Hopkins consegue transmitir a imagem do homem psicopata que não tem nada a perder, do mesmo jeito que Skarsgård demonstra com grande coerência o papel de um malandro na sociedade.

Em suma, “Confinado” vale a ida ao cinema para aqueles que estão procurando um filme não tão convencional, ou então, para aqueles que estão buscando por algo que apresenta debates sutis sobre moral e ética para além do olho nu. Apesar da obra se tornar arrastada em determinado ponto, ela entretém e te faz pensar, te faz criticar!
“Confinado” estreia quarta-feira, dia 29 de maio nos cinemas brasileiros.