A terceira vez do Quarteto Fantástico!
- Silas Castro

 - 2 de ago.
 - 4 min de leitura
 
Na semana passada chegou ao cinema a mais nova aventura do Universo Cinematográfico da Marvel, ou MCU para os íntimos, com o “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos”, que tem a difícil missão de re-re-apresentar a primeira família da Marvel depois de duas tentativas não muito boas da Fox e ainda tentar manter a animação dos fãs de super-heróis depois de um período bem fraco e instável das suas produções… Mas afinal, será que na terceira vez vai?
Para essa nova versão da equipe a Marvel escalou grandes nomes para compor a família fantástica, começando com o maior “daddy” do mundo geek: Pedro Pascal no papel do Senhor Fantástico / Reed Richards, Vanessa Kirby (Missão Impossível) é a nova Mulher Invisível / Susan Storm junto com seu irmão, literalmente, cabeça quente: Johnny Storm / Tocha Humana interpretado pelo Joseph Quinn (Stranger Things) e para fechar a formação temos Ebon Moss-Bachrach (The Bear) como a parte humana e depois rochosa do Coisa / Ben Grimm.

Um universo em branco
Sabendo do poder e da importância desse grupo, seria estranho introduzi-los diretamente na continuidade “padrão” dos filmes da Marvel. Sabendo disso eles tomaram uma decisão simples e que encaixa no contexto atual do MCU: o filme se passa em um universo paralelo em um estilo retrô-futurista, ou seja, o visual se assemelha a algo dos anos 60/70 dos Estados Unidos, mas com robôs domésticos, naves espaciais super potentes e outras tecnologias avançadas.
Dentro deste contexto o filme começa com cenas de um documentário que serve para introduzir e estabelecer o papel do Quarteto neste universo, mostrando brevemente a questão do acidente que deu poderes para eles até a sua atuação não só como super-heróis e protetores, mas também como embaixadores que visam aprimorar a vida de todos desta versão da Terra, evitando dessa forma focar novamente nos aspectos da origem que as 2 outras versões já abordaram bastante.

Conflitos em família
E neste ambiente que parece que está tudo sob controle que vem o principal ponto do filme: Sue finalmente engravidou depois de anos de tentativas falhas e, mesmo estando feliz, a mente do Reed começa a surtar por não saber como a mutação que eles sofreram pelos raios cósmicos iria afetar o bebê. A partir daí começamos a ver de forma bem clara a dinâmica familiar, na qual, Sue muitas vezes precisa ser uma “âncora humanizadora” para a mente genial e quase robótica do Reed, já o Coisa e o Tocha tentam dar suporte enquanto implicam constantemente um com outro de forma divertida.
Claro que apenas a questão de um possível bebê cósmico não é o suficiente para levar uma trama de super-heróis para frente, é preciso de um super-vilão para gerar conflito e, após um pulo no tempo para avançar a gravidez, o filme apresenta a Surfista Prateada (Julia Garner) em seu papel de arauta do Galactus para avisar que a Terra foi selecionada para servir o vilão cósmico e sua fome eterna.

Para entender melhor a ameaça e se preparar para combatê-la, o grupo decide se adiantar e ir até o Galactus em uma nova missão espacial, mesmo com a condição atual da Mulher Invisível. Ao localizarem onde o vilão estaria seguindo o rastro deixado pela Surfista, eles assistem ao vivo o tamanho do seu poder ao consumir um planeta maior que a Terra em instantes.
Logo em seguida os heróis são capturados pela nave do Galactus e, buscando evitar um confronto direto com um ser nitidamente acima da capacidade deles, tentam negociar uma forma de poupar o planeta, e neste momento é apresentado o grande dilema do filme: para não destruir a Terra, Galactus pede apenas uma coisa: o futuro filho de Sue e Reed, por ele possuir poder suficiente para acabar de vez com a fome que o vilão sente.
O restante da história envolve justamente em tentar achar uma outra solução para um problema de proporções intergalácticas. O filme apresenta bem a sensação de impotência da equipe em relação ao vilão, mesmo que em comparação aos quadrinhos ele tenha sido de certa forma enfraquecido (não só em poder, mas em tamanho também), que os coloca contra a parede, na qual cada membro tenta ajudar de sua maneira, mostrando as capacidades de cada um, não só apenas como uma equipe.

Veredito fantástico
O que nos leva ao ponto mais forte do filme: as interações entre os personagens carrega muito bem a trama, tendo seus bons momentos cômicos, mas também mostrando eles resolvendo conflitos, trabalhando juntos e até brigando juntos, já que não existe família no universo que não brigue às vezes. Além da interação dos quatro, os momentos em que o Tocha está contracenando com a Surfista foram ótimos e mostraram outro lado do personagem além de apenas “esquentadinho e garanhão”.
Outro ponto bom, principalmente comparado com alguns filmes da fase 4 e 5 do MCU, são os efeitos especiais e o visual como um todo do filme. A estética retrô combinou bastante com suas cores mais vivas e um uniforme muito bonito para todos da equipe, os cenários espaciais são magníficos, o Galactus ficou com seu visual muito fidedigno ao material dos quadrinhos e tanto o Tocha em seu modo em chamas, quanto o Coisa como um todo, ficaram bem mais agradáveis de se ver quando comparado com o suas versões de 2015.
Num modo geral, o filme tem um enredo muito bom que sabe abordar bem aspectos familiares e de trabalho em equipe, os personagens que são cativantes, possui muitas referências aos quadrinhos, as cenas de ação são bem feitas e simplesmente por ser uma história a parte da bagunça generalizada do universo principal já é um colírio para os olhos dos fãs. Então aproveite o começo de agosto para ir assistir a Primeira Família da Marvel entrar em cena novamente!






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