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Um Completo Desconhecido: até onde vai o preço da fama?

Foto do escritor: Fabrizzio LarocaFabrizzio Laroca

Fomos convidados pela Searchlight a assistir a mais um dos candidatos ao Oscar deste ano. Um Completo Desconhecido é um longa biográfico sobre a vida de Bob Dylan dirigido por James Mangold e estrelado por Timothée Chalamet. Vem conferir o que achamos desse filme que vem ganhando força na reta final à premiação do Oscar.

Um Completo Desconhecido: até onde vai o preço da fama?

Sobre o enredo

O filme conta a história do talentosíssimo cantor e compositor Bob Dylan (Timothée Chalamet), desde a sua chegada a Nova York como um “completo desconhecido”, até o auge de sua fama, no início dos anos 70. Aprofundando-se sobre temas como a sua aproximação e afastamento da música folk, o impacto de suas composições e a sua dificuldade em lidar com o fato de não ser mais esse completo desconhecido.


Bob visita Woody Guthrie (Scoot McNairy) muito doente em seu leito de hospital, com o intuito de se aproximar de seu ídolo e acaba conhecendo Pete Seeger (Edward Norton), outro grande musicista e grande defensor do folk na época. Pete acolhe Dylan em sua casa e o ajuda a apresentar-se nas casas noturnas até ser conhecido o suficiente e gravar seu próprio álbum. Em uma dessas apresentações ele conhece Joan Baez (Monica Barbaro) quem viria a ser seu dueto em diversas apresentações e também sua amante em determinado momento de sua carreira.

Dylan começou sua carreira já com toques de rebeldia, demonstrando ser muito esclarecido e ter plena consciência de que gosta de tocar variados tipos de música, não se prendendo somente ao folk. Por ser tão revolucionário, ele acaba causando muita dor de cabeça aos que se declararam “conselho” da música folk. E assim ele seguiu, sendo uma mente muito a frente de seu tempo.

Um Completo Desconhecido: até onde vai o preço da fama?

Sobre o roteiro, a direção e a montagem

O roteiro é conciso e super contido em um aspecto da vida de Dylan, o que ajuda e muito a história a ser contada, sem passar muito do ponto e acabar perdendo o ritmo ou o próprio entendimento da história.


A direção consegue unir diversos núcleos de forma muito interessante, mantendo muito bem o ritmo do filme. Porém, os saltos temporais às vezes passavam do limite, às vezes uma cena pulava um mês sem que desse tempo de absorver o que aconteceu na cena anterior, isso me desconcertou um pouco em certos momentos, quebrando um pouco da imersão. Apesar disso, a direção faz compensar e muito, muitas vezes mostrando um núcleo secundário, que por fim só enriquece e engrandece as cenas seguintes, uma aula de direção de James Mangold.

Um Completo Desconhecido: até onde vai o preço da fama?

Sobre o elenco

Timothée Chalamet está na corrida pela premiação de Melhor Ator no Oscar deste ano, mas será que foi tudo isso mesmo? Pois bem, Timothée faz um Dylan blasé, mas caricato. Apesar disso, sua atuação convence, principalmente com as partes cantadas. Posso dizer que Chalamet é um ator comum que escolhe extraordinariamente bem os papeis que se encaixam com ele. Sendo Bob Dylan, definitivamente um deles. Não a atuação mais fiel à biografia, mas potencialmente fiel à história a ser contada. Com toda a polêmica sobre o uso de IA na interpretação de Adrien Brody em O Brutalista, Chalamet pode sim ser um grande candidato à estatueta.

Queria abrir um espaço para elogiar a curta, mas estrondosa participação de Boyd Holbrook, interpretando Jhonny Cash. Esse cara toma os holofotes para ele quando está em cena, assim como Jhonny Cash fazia em sua época.


Mas apesar do sucesso de Timothée e da força que foi Boyd, quero agarrar os holofotes e girá-los diretamente para a estrela que mais brilha no longa: Monica Barbaro. Ela interpreta uma Joan Baez estupenda, não só com um vozeirão que convence e encanta, mas com uma entrega muito significativa da interpretação da grande artista folk que alavancou Dylan no seu início de carreira.

Um Completo Desconhecido: até onde vai o preço da fama?

A história acima da biografia

Já não é de hoje que as biografias fogem da realidade, misturam eventos, criam situações e personagens inexistentes em momentos históricos. Mas Um Completo Desconhecido, vem com uma história convincente e cativante, derrubando o conceito da veracidade em prol da história. Nem sempre a história de um dos maiores artistas de todos os tempos, vai ser a melhor história a ser contada, vale roubar um pouquinho sim, para cumprir com a cartilha.

Nosso veredito

Um Completo Desconhecido convence, Monica Barbaro rouba a cena e para mim, merece a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante. Mas na minha opinião, apesar de tudo, não é um filme que estaria na minha indicação a Melhor Filme, muito menos com chance de vitória. Ah! Mas vale muito a pena assistir nos cinemas, pois a mixagem de som fez um trabalho bom demais para não ser apreciado!


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