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Foto do escritorMarcos Silva

The Acolyte: primeira temporada traz o visual Star Wars, mas peca no roteiro

Atualizado: 31 de jul.

The Acolyte, a série de Star Wars que nos transporta 100 anos antes dos filmes, concluiu sua primeira temporada. Prometendo entregar um suspense em uma época de paz, a série se destacou por trazer novos conceitos da Força a saga. Mas será que todos esses mistérios valeram a pena no final? 


Os Personagens / Um quase enredo 

The Acolyte: primeira temporada traz o visual Star Wars, mas peca no roteiro

Eu não duvido da capacidade criativa de Leslye Headland. Após entregar a excelente Boneca Russa da Netflix, a fã devota dos Legends (as histórias que não são cânone) estava apenas esperando o momento perfeito para embarcar em Star Wars.


O trabalho de Leslye em dar vida a novos personagens foi simplesmente impecável. Temos Sol, um Jedi compassivo com um passado de escolhas terríveis; Vernestra, uma mestra que utiliza de todo o seu poder para preservar a ordem Jedi, e Mae e Osha, duas metades de uma só pessoa criada pela Força, como exemplos que despertam aquela ânsia de saber mais sobre essas novas roupagens que a série promete.

The Acolyte: primeira temporada traz o visual Star Wars, mas peca no roteiro

O lado sombrio nunca pareceu tão sedutor como na interpretação de Manny Jacinto como o enigmático Qimir. Revelado no meio da série como um possível Sith, o personagem combina um visual marcante com convicções profundas, mesmo que seus objetivos reais ainda permaneçam ocultos. Manny capturou a atenção da audiência com o seu charme e interpretação.


As batalhas de sabre de luz e corpo a corpo são sem dúvida o ponto ápice da série. Inspiradas em filmes de samurai e artes marciais, as lutas em Acolyte são visualmente impressionantes e coreografadas de maneira espetacular. O embate final entre Sol e Qimir traz novos golpes utilizando a Força e é, sem dúvida, uma das melhores da saga.



Foi daora / Mas deu sono

Embora The Acolyte tenha a boa intenção de entregar algo interessante, ela deixa uma sensação familiar de frustração, parecida com a de Obi-Wan. Parece que a equipe de roteiristas e Leslye Headland sabiam onde queriam que cada personagem chegasse e quais eram os principais pontos de encontro, mas não tinham ideia de como ligar esses pontos.

The Acolyte: primeira temporada traz o visual Star Wars, mas peca no roteiro

Amandla Stenberg faz o melhor que pode com o que é lhe dado para interpretar tanto Osha quanto Mae, mas toda a história das "gêmeas que são uma só" fica muito entediante de acompanhar. É praticamente impossível não pensar na sua lista de supermercado do dia seguinte enquanto rolam as cenas.


O episódio final trouxe boas cenas de ação e diálogos reveladores, embora algumas pontas soltas ainda precisassem ser resolvidas, como a relação entre a Mestre Vernestra e Qimir, e a origem de Mae e Osha.



Expectativas / Frustrações

Sinceramente, nem mesmo a aparição de Yoda no episódio final consegue convencer que uma segunda temporada de The Acolyte é algo a se esperar com empolgação. Apesar dos boicotes desnecessários de uma minoria barulhenta, os fãs de verdade, que sempre sonharam em presenciar a época da Alta Republica, ainda devem estar ponderando sobre o que viram em tela.

The Acolyte: primeira temporada traz o visual Star Wars, mas peca no roteiro

Acredito que a Lucasfilm precisa urgentemente rever os seus planos de lançamento. Em vez de desperdiçar o potencial de histórias e personagens promissores, talvez um filme para o streaming, como os da Marvel, ou um especial de três episódios seria uma forma mais eficiente de manter o interesse do público sem deixar ele esperando demais pelos pontos altos.


No fim das contas, teria poupado quem conseguiu ficar até o final. The Acolyte deixa uma sensação agridoce, mostrando que há potencial e interesse, mas também uma necessidade de ajustar os pontos para que os próximos passos realmente correspondam às expectativas dos fãs.


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