Desde que o jogo foi lançado em 2015, sempre tive vontade de jogá-lo, mas pelo fato de ter um XBox na época e o jogo ser exclusivo para Playstation, não consegui. E cada vez que meus amigos que jogaram falavam da história, mais essa vontade aumentava, bem como quando anunciaram a sua continuação. Então quando anunciaram a série, eu fiquei extremamente animado. E a verdade é que todas as minhas expectativas foram superadas, e aqui conto porque.
A história
The Last of Us se passa num planeta Terra que, em 2003, passa a viver uma pandemia do fungo Cordyceps, que ataca o sistema nervoso dos humanos e os tornam no próprio fungo. Num salto temporal de 20 anos, vemos que as cidades se tornaram zonas muradas, governadas de forma autoritária, o que por consequência, gerou grupos de resistência e milícias, representados, principalmente, pelos Vagalumes. Na zona de Boston, vive Joel Miller (Pedro Pascal), um negociante do mercado negro, que após uma série de eventos, fica encarregado de levar Ellie (Bella Ramsey), uma criança que pode ser a esperança de cura, até os Vagalumes na costa oeste dos Estados Unidos.
Desenvolvimento de personagens é o ponto forte da série
Mais do que uma série que foca numa jornada num mundo pós-apocalíptico, seu principal foco são nos personagens, afinal, seria essencial que a dinâmica entre Joel e Ellie funcionasse. E para tanto, episódios inteiros foram usados para entendermos como a personalidade de ambos foi desenvolvida. Joel teve todo o 1º episódio para si, enquanto Ellie teve seu momento no 7º. Mas, mais que a dupla principal, outros personagens coadjuvantes tiveram um desenvolvimento bem trabalhado, como por exemplo o casal Frank (Murray Barlett) e Bill (Nick Offerman), no aclamado 3º episódio. E um resultado importante desse desenvolvimento de personagens é que mostra reações e situações diferentes da epidemia e aprofunda todo o universo da série. E claro, as grandes atuações dos atores, principalmente de Bella Ramsey, só elevam ainda mais esse ponto.
Os verdadeiros vilões são os humanos
Outra grande consequência do desenvolvimento dos personagens foi tornar os humanos os verdadeiros vilões da história. Apesar dos infectados sempre trazerem uma noção de urgência, são os atos maquiavélicos para sobrevivência que trazem a ameaça aos protagonistas, seja enfrentando os Vagalumes, milícias, ou líderes religiosos. Inclusive, é interessante perceber como cada ameaça explora diferentes facetas do ser-humano, indo da necessidade extrema de sobrevivência, até os mais perversos, como estupro e canibalismo, passando pela sede de vingança. É interessante ver, como no final, a série também nos faz questionar quão diferentes são os protagonistas desses vilões.
É uma fantasia bem realista
Por trazer um universo que vai além da necessidade de sobrevivência ao mostrar a organização social pós-pandemia e as diversas formas como os humanos reagiram a ela nesse universo, The Last of Us, é possivelmente, uma das séries mais realistas que já foi criada nesse nicho. E por isso, ela soa brutal e até mesmo aterrorizante, muito exemplificado no 8º episódio, que, pessoalmente, foi uma das coisas mais pesadas que vi em anos.
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