Anônimo 2 é uma piada repetida que perde a graça
- Marcos Silva
- há 1 minuto
- 3 min de leitura
A convite da Universal Pictures Brasil, assistimos com exclusividade a Anônimo 2, sequência do sucesso de ação estrelado por Bob Odenkirk. O filme estreia nos cinemas brasileiros no dia 21 de agosto. E aí, vale o ingresso? Chega mais que eu te conto!
Férias frustradas
Quatro anos após os eventos do primeiro filme, Hutch Mansell está de volta à ação. Para pagar as consequências de lidar com a máfia russa, ele aceita uma sequência de missões contra criminosos internacionais, algo que ele sabe fazer como ninguém. Porém, essa vida o afasta cada vez mais de sua família — sobretudo da esposa, Becca.

Tentando recuperar algum equilíbrio, Hutch decide levar a família de férias para Plummerville, a cidadezinha turística onde passou as melhores memórias da infância. O que deveria ser uma pausa tranquila logo se transforma em confusão: uma briga no parque de diversões local chama atenção da polícia e, pior, revela uma rede de corrupção muito maior do que ele imaginava. Mesmo em férias, Hutch descobre que o trabalho o encontra onde quer que esteja.
A família dessa sequência

Se tem um ponto de destaque nesta sequência, com certeza são as atuações. Bob Odenkirk, que transformou Saul Goodman em uma lenda, retorna para se divertir como nunca dando vida ao protagonista. Apesar de não se desenvolver muito, Hutch é o protagonista que ama o que faz, mas está dividido entre os deveres de casa e uma dívida milionária.
Sua parceira Connie Nielsen, atriz indicada ao Emmy, dá conta de uma parte das poucas partes dramáticas e sensíveis do filme como Becca, a esposa troféu que está cansada de dar conta das tarefas domésticas sem a companhia do marido.

RZA mostra uma performance sólida como um ator de ação, vivendo o irmão do protagonista. Se divertem como ninguém o veterano Christopher Lloyd, que é a figura paterna mais caótica do mundo, e também Sharon Stone, que é a sanguinária e magnata vilã Lendina.
Os tropeços
Infelizmente, o roteiro segura firme na estrutura já estabelecida no primeiro filme. E isso é o que enfraquece totalmente a história. A narrativa de descobrimento dos personagens do filme de estreia deixa a sequência perdida. Por mais divertidos que sejam algumas rimas no primeiro ato, ao decorrer do filme acabam ficando muito previsíveis.

Parece que os roteiristas Derek Kolstad (John Wick) e Aaron Rabin (Tom Clancy’s Jack Ryan) abriram mão de consistência narrativa para priorizar sequências de ação cada vez maiores e mais explosivas. O problema é que, quando tudo vira espetáculo, sobra pouco espaço para desenvolver personagens ou gerar real engajamento.
As cenas de ação são bem coreografadas e filmadas, mas raramente acrescentam algo à história. Exemplos que casam com criatividade os exageros do gênero “um homem enfrentando um exército” são vistos em John Wick, Missão Impossível e até em Fúria Primitiva. São aquelas cenas imersivas, vibrantes e que mexem com o emocional da plateia. Neste longa, infelizmente, é pirotecnia demais para uma trama de menos.
Vale o ingresso?

Em suma, Anônimo 2 é uma sequência bem mais fraca que o filme anterior. Vale ressaltar que as forças do primeiro longa estão no carisma do protagonista e na originalidade das cenas de ação. Com um pouco mais de lapidação e equilíbrio entre ação e humor, o resultado poderia ter sido diferente.
Não perca seu tempo com esse filme. Se for para sair da sala de cinema se sentindo totalmente entediado, é melhor só encarar o trânsito de volta para casa.
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