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3ª temporada de The Bear é falha no mais alto nível

Foto do escritor: Arthur Ripka BarbosaArthur Ripka Barbosa

3ª temporada de The Bear é falha no mais alto nível

Descrever The Bear para alguém é sempre uma missão complicada, afinal como descrever uma série que trabalha suas premissas das mais diversas formas? Claro, há o seu marcante ritmo frenético, principal motivo que angariou fãs, bem como há os episódios que focam em seus personagens, os quais são mais calmos e introspectivos. Há ainda os episódios mais artísticos, que sempre elevam o já excelente nível da série. Além disso, suas duas primeiras temporadas os temas abordados variaram. Se no primeiro era sobre o restaurante em si, a segunda foi sobre reformas (do restaurante e dos personagens). E a terceira temporada não poderia ser diferente, mas o fato é que ela é a que mais apresenta as imperfeições da série. Confira a seguir porque achamos isso.


O The Bear ganha vida

3ª temporada de The Bear é falha no mais alto nível

Após uma temporada inteira acompanhando a transformação do The Beef para The Bear, finalmente é possível ver o sonho de Carmy (Jeremy Allen White), e agora compartilhado com Sydney (Ayo Edebiri), funcionando. Com seu funcionamento, temos na volta do ritmo frenético da cozinha visto no The Beef, ainda na 1ª temporada. Há ainda novas pressões que auxiliam para a retomada do seu caos marcante, como as pressões impostas pelo objetivo de conquistar uma estrela, como uma forma de credibilizar o restaurante, e a necessidade de fazê-lo lucrativo rapidamente, de forma a cumprir o acordo financeiro com Cicero (Oliver Platt).


A terceira temporada é sobre relações

3ª temporada de The Bear é falha no mais alto nível

A 3ª temporada de The Bear não dá um salto temporal em relação ao final da 2ª temporada, e assim, vemos os resultados diretos da noite de ensaio do restaurante. Um deles é uma lista de regras não-negociáveis para seu melhor funcionamento escrita por Carmy. Ela trata tanto da parte mais funcional, quanto da parte humana do The Bear, tornando-se uma perfeita analogia para toda a temporada. Isso porque nela há a exigência de criatividade, o que sobra nos episódios de maior experimentação, mas sobretudo porque ela fala das relações, base dessa terceira temporada. A partir do surto de Carmy, a temporada se torna uma tentativa de reconquistar a confiança da sua equipe e de reconstruir as relações interpessoais. Até mesmo os episódios focados em personagens únicos, “Napkins” e “Ice Chips”, falam sobre ao mostrar a história de Tina (Liz Kennard) e o nascimento da filha de Natalie (Abby Elliott).


Ainda está no mais alto nível

3ª temporada de The Bear é falha no mais alto nível

The Bear é uma série que tecnicamente subiu muito a sua própria barra na segunda temporada, ainda mais quando trouxe “Fishes” e “Forks”, seus dois melhores episódios, em sequência. Apesar de não conseguir repetir o feito, o que seria incrível se conseguissem, há ainda a qualidade marcante nesta temporada. Além dos episódios individuais citados, que são provavelmente os melhores dela (e aqui vale destacar a estreia monstruosa de Ayo Edebiri na direção em “Napkins”), há ainda “Tomorrow”, o primeiro episódio deste novo ano, que quebra as expectativas e traz uma grande experimentação que perfeitamente sintetiza a cabeça de uma pessoa ansiosa e logo na sequência. O roteiro está afiado como sempre, com os típicos diálogos rápidos e tortuosos, evidenciado sobretudo no episódio “Next”, no qual o roteiro sustenta todo o episódio, já que ele é um “bottled episode”, ou seja, que se passa em um único cenário.



Falta urgência

3ª temporada de The Bear é falha no mais alto nível

Diferentemente das outras temporadas em que havia uma urgência motivadora e que era o fio condutor da trama, nessa ela não é tão evidente assim. Apesar de ser dita a necessidade do restaurante prosperar, ela parece ser secundária muitas vezes, seja porque é tratada como uma má gestão inicial, porque as relações pessoais são priorizadas ou então porque é dividida com a necessidade de conquistar a estrela. A série até consegue recuperar o ritmo da primeira temporada em alguns momentos, mas essa falta de urgência faz com que ele não tenha fôlego, muito devido a perda do equilíbrio que a série soube trabalhar nas duas outras temporadas. Assim como o The Bear restaurante, a série The Bear tropeça ao buscar a maestria nas experimentações que deixam para trás aquilo que é sua essência.


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