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  • Foto do escritorArthur Ripka Barbosa

"The Marvels" é a perfeita síntese do que a Marvel se tornou

Atualizado: 15 de nov. de 2023


Não é mistério que o gênero de super-heróis está saturado. Seja pela quantidade ou então pela qualidade, o interesse pelos filmes inspirados neste tipo de quadrinhos já não chamam mais a atenção do público, e a queda na bilheteria a cada estreia é um bom indicativo. Se antes a Marvel parecia imune, desde Vingadores - Ultimato, isso parece ter se perdido. Muitas produções, principalmente as séries criadas para o Disney+, sofreram duras críticas do público especializado e dos fãs. Agora foi a vez de The Marvels chegar e provar que o nível decaiu de fato. Vem entender a seguir porque é possível afirmar isso.


A história

A história acontece depois dos eventos de Ultimato, e vemos a Capitã Marvel (Brie Larson) como uma agente da SABER, uma agência parecida com o que a SHIELD era, mas que atua no espaço. Ao entrar em contato com uma anomalia em um salto temporal criado pela líder radical dos Kree, Dan Barr (Zawe Ashton), seus poderes se entrelaçam com os de Monica Rambeau (Teyonah Parris) e os de Kamala Khan (Iman Vellani), o que resultou em trocas de posição cada vez que elas utilizavam seus poderes ao mesmo tempo, e na junção das três em uma inesperada equipe. Elas, então, tentam impedir que Dan Barr continue criando novas anomalias, as quais ela acredita ser a solução para os problemas que o seu planeta enfrenta


A pós-produção atrapalha

Não que o roteiro e a direção sejam de excelência, mas o real problema de The Marvels é a pós-produção, sobretudo na edição. O filme, logo nos primeiros testes, foi muito mal avaliado, o que resultou numa pressão para que ele fosse alterado, o que tornou-o no filme mais curto do estúdio, mas que também o deixou desconexo e com pouca fluidez. Do ponto positivo técnico, ficam as boas atuações de Parris e, sobretudo, de Vellani, que entenderam seus personagens de forma muito mais natural que a Brie Larson, que entrega novamente uma atuação muito pouco natural. Negativamente, há ainda que se destacar o péssimo texto dado a Samuel L. Jackson, que torna Nick Fury, um dos personagens mais icônicos no MCU, em um simples alívio cômico e, mais uma vez, a Marvel criando um antagonista fraco, que pouco agrega no arco dos personagens.


O filme reflete os problemas atuais da Marvel

Como foi dito na introdução, The Marvels demonstra muito bem toda a estafa que o gênero de heróis passa nos cinemas. O filme nada mais é que um resultado da política da Disney gerenciada por Bob Chapek, que ao invés da qualidade, apostava na quantidade. Além disso, as produções da chamada 4ª fase da Marvel apresentam sempre o mesmo problema: eles esquecem o desenvolvimento dos personagens em prol da conexão com o restante do universo. Isso, inclusive, se tornou no desespero uma estratégia de marketing do filme, numa tentativa de alavancar a sua bilheteria.

Em suma, o filme em si está longe de ser a bomba que boa parte da crítica pinta e também não é um dos piores que a Marvel já fez, mas também está longe de ser um filme memorável do estúdio. Ele trará prejuízos para a Marvel, mas mais por problemas que ela se infligiu do que por ter uma “agenda feminista e woke” (coisa que nem passa perto de ter), como muitos nerdolas usam para espalhar seu ódio incel nas personagens.




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