O filme que encerrou o 13º Olhar de Cinema foi escolhido a dedo para encerrar de forma brilhante o festival de 2024. A produção “Salão de Baile” decidiu explorar a cultura ballroom e entregou um documentário incrível. Confira a seguir o que achamos!
A cultura ballroom em foco
O filme explora a cultura ballroom, um universo que mistura dança, música, moda e performance a partir das experiências queer periféricas e racializadas. O documentário se passa nas Houses fluminenses e nos mostra os bailes e a vida íntima de algumas importantes figuras do ballroom no Brasil. A produção é uma espécie de aula sobre tudo que envolve a cultura ballroom, além de mostrar suas origens.
Impossível não se conectar
O longa possui um pouco mais de 1h30 de duração e nos faz mergulhar profundamente no universo ballroom. Inicialmente somos apresentados a história dessa cultura, suas raízes americanas e como ela se expandiu pelo Brasil, o documentário explica tudo de forma totalmente didática, com imagens que complementam a narração. Enquanto ouvimos a explicação de como se dá as batalhas na ballroom, acompanhamos imagens da comunidade LGBTQIA+ nas batalhas, o que deixa tudo ainda muito mais claro. A fotografia e direção de arte também estão impecáveis.
Somos também apresentados a personagens que vão sendo incluídos aos poucos ao longo do filme e nos conectamos ainda mais com o universo. É claro que nem tudo são flores e o documentário também traz esse lado competitivo da ballroom, o preconceito e tudo que as pessoas, principalmente as trans, enfrentaram ao longo da vida para ser quem elas são.
Uma declaração de amor à comunidade LGBTQIA+
Comecei o documentário sem saber absolutamente nada sobre a cultura ballroom e saí do cinema me sentindo uma expert no assunto, é incrível como foi possível aprofundar tanto o tema em pouco tempo de tela. Salão de Baile é um documentário corajoso, pois fala mal até de Madonna, diva pop que é muito idolatrada pela comunidade LGBTQIA+. O longa tem uma energia e trilha sonora impactantes, impossível não querer dançar enquanto assiste. A produção é uma declaração de amor à comunidade LGBTQIA+ e merece ser vista por outras pessoas.
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