“O Sobrevivente” é ação do início ao fim!
- Maurício Neves

- há 31 minutos
- 3 min de leitura
Produzido e dirigido por Edgar Wright, “O Sobrevivente” marca a segunda adaptação do romance de 1982 de Stephen King. Escrito por Wright e Michael Bacall, o elenco inclui Glen Powell, William H. Macy, Lee Pace, Michael Cera, Josh Brolin, entre outros nomes.
Com previsão de estreia para o dia 20 de novembro, fomos convidados pela Paramount Pictures para assistir previamente à produção. Confira a seguir nossas considerações.

Enredo
Em uma realidade sombria nos Estados Unidos, a economia está em colapso e a violência se intensifica. No meio do caos, Ben Richards (Glen Powell) encontra uma chance de salvar sua família ao se voluntariar para participar do violento game show O Sobrevivente (The Running Man). No programa, os participantes precisam escapar de assassinos profissionais enviados para matá-los durante 30 dias, com a promessa de ganhar um prêmio em dinheiro. Se sobreviver, Ben conseguirá ajudar sua filha doente e tirar sua família da pobreza.

Roteiro
O filme começa nos apresentando Ben Richards, um trabalhador presente na lista negra que vive nas favelas com sua esposa Sheila e a filha Cathy. Sem poder pagar pelos remédios de sua filha, que está doente, Ben participa de testes para programas de auditório da televisão, onde ele acaba sendo selecionado para O Sobrevivente, o reality show mais perigoso e popular da emissora.
Com um adiantamento no dinheiro e uma vantagem de 12 horas, Ben e mais dois participantes são apresentados ao público, manipuladamente, como assassinos psicopatas. Eles ainda são obrigados a enviar uma fita deles mesmos diariamente para ser exibida no programa, enquanto civis também ganham recompensas por denunciar ou matar um fugitivo.
O filme consegue introduzir muito bem os seus personagens, além de sua ambientação, um mundo distópico onde a mídia controla e manipula o país. Quando o filme entra no modo ação, funciona, e as cenas de perseguição e lutas empolgam.
Na versão de 1987, a adaptação só manteve a ideia geral e pouca coisa foi preservada, e por sua curta duração, o enredo ficou sem muito desenvolvimento e muitos acontecimentos acabam sendo resolvidos rapidamente.
A nova versão acerta em pontos onde a antiga errou; aqui a duração está a favor do roteiro, onde a história é desenvolvida amplamente. Embora, após 1h30 de exibição, a produção enfie tanta informação que você quase não consegue parar para respirar, dando a impressão de que não sabiam como acabar o longa. Porém, sua história se mostra atual, ainda mais em um mundo onde a Inteligência Artificial está cada dia mais presente em nossa rotina.
Mais fiel ao livro de origem e com um elenco de peso, ainda contamos com uma participação fotográfica de Arnold Schwarzenegger, que protagonizou a outra versão. Talvez muitos vão achar que esse não é o melhor trabalho de Edgar Wright, mas o filme é uma boa diversão!
Detalhe para a cena em que Glen Powell derruba a toalha ao tentar fugir de um prédio.

Elenco
Glen Powell carrega o filme e ainda faz com que o público se divirta enquanto ele ataca os caçadores. Ele tem beleza e carisma, e já conquistou o carinho do público.
Josh Brolin, já acostumado a fazer vilões, mais uma vez se destaca do seu jeito, mostrando que é uma grande estrela. Colman Domingo também rouba a cena em todas as suas aparições durante o longa.
Lee Pace foi tão mal aproveitado, passando o filme inteiro com uma máscara e só tendo o seu rosto revelado na parte final. Katy O'Brian, Michael Cera e William H. Macy até têm personagens interessantes, mas com pouco tempo de tela.

Considerações
É assustador pensar que em 1982 Stephen King já falava sobre manipulação de imagem e hoje estamos realmente vivendo isso. O filme aborda um mundo cada vez mais brutal e desumanizado, temas muito atuais.
O filme de 1987, embora com a presença de um grande astro, acabou resultando em algo mais cafona. Já o de 2025 se aproveita do avanço tecnológico para entregar ao público algo que realmente dê um ar mais futurista.
Durante a exibição, fiquei pensando que seria muito interessante se a história fosse adaptada em formato de série, mostrando os 30 dias certinhos dos fugitivos, já que aqui vão pulando os dias devido à duração.
Embora o longa apresente falhas, O Sobrevivente diverte e empolga, principalmente por suas diversas cenas de ação que nunca acabam. Vale a pena a ida ao cinema!






Comentários