A convite da Diamond Filmes assistimos antecipadamente ao filme Maria Callas, que deu a Angelina Jolie a indicação de Melhor Atriz no Globo de Ouro 2025, concorrendo junto com Fernanda Torres, e é uma grande candidata a concorrer ao Oscar 2025 na mesma categoria. O filme chega aos cinemas no dia 16 de janeiro, mas você já pode conferir nossa crítica!
O enredo

A produção mostra o drama psicológico dos últimos dias de Maria Callas, uma das mais importantes figuras da ópera do século XX, a cantora acaba perdendo sua voz com o passar dos anos e está numa busca incessante para recuperar seu dom. O filme encerra a trilogia do diretor Pablo Larrain sobre ícones femininos, que já conta com o filme Spencer e Jackie.
O roteiro
A produção retrata os últimos dias de Maria Callas, inicialmente conhecemos a rotina da cantora, que mora em um grande apartamento e tem a companhia de seu mordomo, sua governanta e seus dois cachorros.
Um jornalista encontra Maria Callas para uma entrevista, a produção então gira em torno dessa entrevista pelas ruas de Paris, enquanto a artista conta fatos importantes da sua vida, temos flashbacks em preto e branco sobre esses fatos, também temos momentos em que apreciamos algumas apresentações de Maria Callas, além de diversas orquestras que aparecem em lugares inusitados de Paris.

O filme tem um ritmo lento, é uma história completamente linear, não há clímax, talvez só o final seja minimamente impactante para quem está assistindo, as cenas que envolvem apresentações e música dão um respiro para um filme tão silencioso. Ao terminar você apenas fica com a sensação de ter entendido o sofrimento de Maria Callas, uma mulher que usou seu talento para sobreviver, viveu para a música, mas no final da vida não pôde mais viver seu propósito. A cantora sempre quis ser amada, mas não teve o privilégio de conhecer o amor ao longo da vida, a não ser o amor dado por seus empregados, o que eu acho o ponto alto do filme, a linda relação construída com eles, que pareciam ser sua única família.
O elenco
Claro que o foco está totalmente em Angelina Jolie, depois de suas últimas atuações não chamarem tanto a atenção, a atriz agora é convidada para estar novamente nos holofotes das premiações. Maria Callas era uma mulher com temperamento difícil, um ego enorme e que encantava por onde passava com sua beleza e elegância, dada essas características, acredito que Angelina Jolie foi a escolha certa para este papel, ainda mais que a atriz também é conhecida por ter um ego gigantesco.
A parte que mais me incomodou na atuação da atriz é que o tempo todo ela parece estar forçando uma atuação como se quisesse dizer “por favor me dê um Oscar”, deixando algumas cenas pouco naturais, outro fato é que Jolie teve que dublar as músicas de Maria Callas e muitas vezes ela não conseguiu transmitir a energia da cantora em certas canções, o que incomodou durante o filme.

Quem tem mais destaque na trama é Alba Rohrwacher, que interpreta Bruna, a governanta de Maria Callas, e Pierfrancesco Favino, que interpreta Ferruccio, mordomo de Maria Callas, o ator italiano é muito conhecido por diversos trabalhos de peso. Os dois possuem um ótimo entrosamento e seus personagens são um respiro para a história pesada que está sendo contada.
Nosso veredito

Maria Callas pode ser considerado um filme chato para muitas pessoas, já que exige demais do espectador para que ele fique entretido na trama, Angelina Jolie foi uma boa escolha para interpretar o papel, mas não atua melhor do que Fernanda Torres e Nicole Kidman. Acredito que o filme mereça outras indicações como Melhor Figurino, já que os looks usados no filme são uma cópia perfeita dos looks usados por Maria Callas, a fotografia também pode agradar muitas pessoas. A produção pode ser considerada um típico filme de Oscar, aquele que agrada a academia, mas que entre o público não tem grande destaque.
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