top of page
  • Foto do escritorArthur Ripka Barbosa

Indiana Jones e o Chamado do Destino é uma despedida justa


Quando foi comprada pela Disney em 2012, a Lucasfilms trouxe a esperança que a franquia Indiana Jones tivesse uma nova tentativa de renovação após o fracasso do 4º filme do arqueólogo, “O Reino da Caveira de Cristal”. Muitos boatos surgiram durante esses 11 anos, desde uma série até Chris Pratt assumindo o posto de Harrison Ford, até que James Mangold, diretor de Logan e Ford vs. Ferrari, ficou responsável pelo retorno do personagem às telonas, contando, inclusive, com a volta de Ford. Venha ver a seguir o que achamos de “O Chamado do Destino”.


É um filme sobre conflitos geracionais

Assim como Ford, que se aposenta do personagem nesse filme, vemos logo no começo do filme Indiana Jones se aposentando da licenciatura e prestes a iniciar uma nova etapa de sua vida, vivendo em um prédio no centro de Nova York e que possui conflitos com seus vizinhos hipsters. Além disso, Jones nunca esconde sua inquietude com o avanço das tecnologias, representado sobretudo com a chegada do homem à Lua. Esses conflitos geracionais são evidenciados também na relação com Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridges), sua afilhada, cujo interesse por artigos arqueológicos é completamente o oposto de Indy.


O desenvolvimento de personagens é o seu ponto forte

Quando lembramos de Indiana Jones, rapidamente nos vem as imagens de ação, perseguições e fugas, mas nesse filme os personagens são o que merecem destaque. Indy abraça sua idade enquanto amarga as consequências que o destino colocou em sua vida (as quais dão continuidade para “O Reino da Caveira de Cristal”), enquanto Helena ainda anseia por algo grande, que lhe dê fama. O encontro dos dois e a química entre os atores são o ponto fundamental para que a história de ambos e do filme avance. Por tudo isso, Phoebe Waller-Bridges se apresenta como uma melhor sucessora de Harrison Ford para a franquia, seja em spin-offs de sua personagem, do que se pretendia com Shia LaBeouf à época do lançamento do quarto filme.


Todos os elementos de Indiana Jones estão ali

Mesmo não sendo o ponto forte, as coisas que fazem de Indiana Jones uma das franquias consagradas do cinema estão nesse filme, como as muitas (e por vezes exagerada) cenas de perseguição em carros, o humor ácido e o jeito galanteador de Indy, o chapéu e o chicote, além da icônica trilha sonora de John Williams. Há também que se dar um destaque para o vilão, que outra vez representa inimigos dos Estados Unidos. Se nos outros filmes, os vilões vinham do exterior, sendo alemães nazista, vietcongues e soviéticos, nesse Voller (Mads Mikkelsen), é um cientista nazista acolhido pelo governo americano para auxiliar nas suas pesquisas espaciais, que dentro dele organiza uma mílicia neonzaista, representando o fenômeno mundial da renascença do fascimo, que teve um grande ganho de forças em solo americano, evidenciado com os episódios da invasão ao Capitólio em 2021.



É uma despedida à altura

Com a aposentadoria de Harrison Ford, o futuro do personagem parece ser o mesmo e com isso, “O Chamado do Destino” dá um final digno à Indiana Jones. A verdade é que esse filme está longe do nível de “A Última Cruzada” e os “Caçadores da Arca Perdida”, mas é muito superior que “O Reino da Caveira de Cristal” e cabe uma discussão com “O Templo da Perdição”. Mas assim como uma relíquia arqueológica, cujo brilho já não é tão evidente como outrora, “O Chamado do Destino” nos lembra de seu passado glorioso.


bottom of page