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Amores à Parte: como o iminente caos é abordado com humor e sarcasmo

  • Foto do escritor: Cauê Martins
    Cauê Martins
  • 21 de ago.
  • 2 min de leitura

A convite da Diamond Films, pudemos conferir antecipadamente o longa “Amores à Parte”, que chega aos cinemas dia 21 de agosto. Confira a seguir o que achamos do filme.


Amores à Parte: como o iminente caos é abordado com humor e sarcasmo

Na obra, acompanhamos Carey (Kyle Marvin) que se vê preso em uma constante angústia ao descobrir que sua esposa Ashley (Adria Arjona) quer se divorciar. Atrás de consolo, o marido busca recorrer aos antigos amigos Julie (Dakota Johnson) e Paul (Michael Angelo Covino, que também é diretor do longa) em busca de respostas, porém descobre que o casal esconde um segredo: Eles desfrutam de um relacionamento não-monogâmico. Surpreso com a ideia, Carey se vê curioso e sem o controle da situação.

Amores à Parte: como o iminente caos é abordado com humor e sarcasmo

Um dos pontos mais interessantes aqui, é a abordagem sensata da direção em relação a temas diversos dentro do contexto relacionamento. Mesmo com uma diversidade grande de vertentes a serem exploradas, como por exemplo relacionamentos abertos ou até mesmo casamentos precoces, a direção não perde a mão em como dosar de forma correta o humor e o romance. A forma como o filme consegue expelir aquela visão animalesca comum dos personagens em filmes de comédia e humanizá-los é o que dá o toque especial aqui, a persona de Carey, por exemplo, apesar de ser o marido que faria de tudo pela esposa - como até mesmo perdoar uma traição - se mostra muito inseguro consigo mesmo em diversos momentos da película, sendo essa uma de suas principais características/contradições, entender o outro sem entender a si mesmo. Ao mesmo tempo sua esposa, Ashley, decide se divorciar de um amor que seria possivelmente para vida toda  por julgar ter usufruído pouco de sua vida pré-Carey, sem ao menos tentar entender o real motivo de sentir isso.

Percebe que mesmo sendo algo feito com o intuito de nos fazer dar risada, ele não cai nos padrões usuais das comédias românticas e ainda aborda temas recorrentes no mundo real? Isso que citamos apenas um dos casais principais, pois do outro lado da moeda temos Paul e Julie, um casal não-monogâmico que, apesar de manterem esse tipo de relacionamento, são inseguros consigo mesmos, principalmente Julie, que sofre com diversas escolhas irresponsáveis e esdrúxulas de seu marido. A dupla usufrui dessa vulnerabilidade como uma válvula de escape para que o casamento dure mais que o convencional, seja pelo ou pelo dinheiro, como é dito na própria película.

Amores à Parte: como o iminente caos é abordado com humor e sarcasmo

Usar desses temas, dessa forma, foi um grande acerto da produção, pois se desvencilhou dos grandes clichês já estabelecidos nas rom-coms mais populares, principalmente pelo fato que a sua maioria são voltadas para o público adolescente, aqui não, temos algo com o olhar ligeiramente mais maduro para o assunto relacionamento. Ao mesmo tempo que engraçado, a obra é refletiva.

Em suma, “Amores à Parte” se destaca pela sua direção afiada e incisiva até certo ponto que, acompanhada com a sua decupagem, nos imerge no que seria essa mistura de personalidades totalmente diferentes e ainda por cima se originaliza por ter uma pegada menos clichê, e mais focada em temas que são amplamente discutidos na atualidade, como insatisfação conjugal e, sobretudo, a não-monogamia. A película precisa ser assistida se você estiver a fim de dar risadas enquanto pensa sobre o quanto o ser humano pode ser complexo, mesmo se tratando de um assunto relativamente simples: a comunicação.


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