Marcos Silva

abr 253 min

Contra o Mundo é pura violência e sangue voando

A convite da Paris Filmes, fomos conferir em primeira mão o filme Contra o Mundo, projeto estrelado por Bill Skarsgård que estreia no Brasil dia 25 de abril. Venha descobrir  o que achamos do longa.

Sobre a história

Em um mundo pós-apocalíptico comandado pelos tiranos Van Der Koy, uma família que comanda a cidade com uma distorcida propaganda de pacificação, Garoto (sim, esse é o nome dele), interpretado por Bill Skarsgård, busca vingança pela brutal morte de sua família, assassinada pela mãos da tirana Hilda Van Der Koy.

Treinado desde criança pelo enigmático Xamã (interpretado por Ruhian), Garoto, um jovem surdo e com uma imaginação vibrante, se torna um mestre das artes marciais e um instrumento de morte, pronto para desafiar a opressão e derrubar o regime corrupto.

Durante uma das rondas dos Von Der Koy na cidade para capturar novas vítimas para um programa de TV macabro chamado O Abate, as coisas acabam dando errado e Garoto vê uma oportunidade imperdível de se infiltrar no império e seguir com o plano de vingança que move sua vida.

Pontos positivos

Toda história de vingança precisa ser brutal, e em Contra O Mundo não é diferente! Aliás, esse é o ponto mais forte do filme. As cenas de ação não economizam na violência e na brutalidade, sendo sempre muito bem coreografadas e bem filmadas, fazendo com que o espectador sinta a intensidade de cada golpe presenciado.

A história é contada pela voz interior do Garoto, que acrescenta o ingrediente de humor nesta harmonia caótica, dando várias tiradas e usando jargões de videogame para seguir a narrativa e equilibrar a intensidade das cenas de ação.

Das atuações, preciso destacar a habilidade de Skarsgård de dar vida a uma persona silenciosa e que se comunica por gestos, e também da simpatia de Andrew Koji, que cativa como o parceiro de cena de Bill.

Pontos fracos

Durante o decorrer do filme, é perceptível alguns pontos cruciais da história que foram deixados de lado. Toda a ambientação do mundo pós apocalíptico e a razão pela qual os Von Der Koy são tão poderosos ficam a mercê da imaginação de quem está assistindo.

O Garoto interage na sua mente com uma versão criança da sua irmã que foi assassinada, artifício usado para dimensionar e humanizar os sentimentos do protagonista. Porém ele é usado excessivamente, levando a uma perda de interesse e engajamento da história principal.

Apesar da identidade cômica misturada com violência, algo na produção não encanta tanto. O exagero presente em obras como Kingsman ou Kill Bill, parece estar sendo emulado aqui com bem menos brilho.

Além disso, o roteiro é raso e previsível. O espectador mais atento consegue prever a reviravolta da história nos primeiros minutos do filme. É lamentável ver a presença de atores como Michelle Dockery, Famke Jessen e Brett Gelman tendo tão pouco tempo de tela e servirem tão pouco no seu potencial. 

Veredito

Contra o Mundo é um filme que não busca inovar o gênero hack and slashEle faz o básico na sua história e ganha força em cenas de ação eletrizantes, por vezes agonizantes para os menos habituados com esse tipo de filme.

As cenas de luta não economizam na violência e exploram isso ao extremo. Há braços voando, membros se dobrando de forma indevida, mordidas, rasgos e, claro, muito sangue, culminando numa cena final que mantém o espectador à beira da cadeira, tamanha a agonia. Isso levanta a questão: até que ponto uma pessoa pode ir para chegar no seu objetivo?

No entanto, devido à falta de elementos na história e no roteiro para aprofundar os personagens,o filme não consegue envolver tanto quem busca uma narrativa mais elaborada. Deixaram a câmera rodar e a ação aconteceu, mas faltaram os personagens ao redor ganharem vida e darem vida ao filme.

Apesar disso, Contra o Mundo está longe de ser um desastre total, mas não chega a ser um filme imperdível para se ver no cinema. Recomendo aguardar seu lançamento no streaming.  No geral, ele oferece um bom entretenimento para os fãs do gênero. Bom, para mim, o entretenimento foram os "brações" do Skarsgård na tela, o que já valeu a experiência!

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