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Drácula - Uma História de Amor Eterno: precisava de uma nova adaptação?

  • Foto do escritor: Marcos Silva
    Marcos Silva
  • 4 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 5 de ago.

Dizem que o amor atravessa os séculos. Mas, e quando esse amor é a sua maior maldição? No dia 7 de agosto chega aos cinemas brasileiros Drácula - Uma História de Amor Eterno. Assistimos com exclusividade a esta nova adaptação do clássico romance de Bram Stoker dirigido por Luc Besson (O Quinto Elemento). E aí, vale a pena recontar esta história mais uma vez? Vem comigo que eu te conto.


Sinopse

Drácula - Uma História de Amor Eterno: precisava de uma nova adaptação?

O Príncipe Vladimir é um nobre cavaleiro, devoto a Deus e apaixonado por sua esposa. Porém, diante da perda repentina de sua amada, e tomado por uma ira descomunal, o príncipe renuncia à fé e herda uma terrível maldição: a incapacidade de morrer. Condenado a uma vida eterna sem sentido, através dos séculos, sua existência passa a girar em torno de uma única obsessão - reencontrar o grande amor que a morte lhe tirou. 

As boas intenções

O filme faz jus ao seu subtítulo e entrega, de fato, uma tragédia romântica com tons quase teatrais. Já preparando o espectador para ficar confinado dentro de uma história centrada na perseguição passional de um homem por sua amada. O tom é pesado, dramático e por vezes até shakespeariano — uma escolha consciente da direção.


Visualmente, o filme se apoia bem em uma estética gótica e medieval clássica, com cenários carregados e luzes marcadas, o que dá à narrativa um peso simbólico coerente com o personagem. A fotografia se destaca especialmente em momentos em que a emoção do protagonista se reflete no ambiente ao redor, com composições que evocam pintura religiosa e decadência nobre.

Drácula - Uma História de Amor Eterno: precisava de uma nova adaptação?

É verdade que o roteiro é simples para a duração do filme — e essa decisão de esticar a trama pode cansar em alguns momentos. No entanto, quando a história adota uma estrutura que lembra Entrevista com o Vampiro, ganhamos um novo ritmo. O filme passa a explorar memórias não contadas do Drácula, o que enriquece o personagem e dá espaço para escolhas criativas de direção — como o uso de espelhos, cortes paralelos entre passado e presente, e movimentos de câmera que refletem os conflitos internos do protagonista.

Nada de novo no sol

Apesar da proposta emocional grandiosa, o filme muitas vezes perde o equilíbrio e escorrega no exagero. Há momentos em que a narrativa para no tempo e se transforma numa espécie de “aula introdutória sobre vampiros”, como se precisasse justificar sua própria mitologia a cada passo. A história bebe de várias fontes, mas não propõe nada realmente novo em termos de linguagem ou desenvolvimento.


A trilha sonora de Danny Elfman, embora reconhecível e potente, é usada de forma excessiva e pouco inspirada. Em vez de somar à carga dramática, ela tenta forçar uma emoção que o roteiro não sustenta, tornando algumas cenas mais artificiais do que tocantes.


Drácula - Uma História de Amor Eterno: precisava de uma nova adaptação?

O roteiro segue linhas básicas, sem camadas ou conflitos realmente profundos, e tudo isso se alonga demais no final. Uma sequência no parque de diversões — com uma tentativa de humor e leveza entre Drácula e sua amada — soa deslocada, quase como uma paródia sem intenção. Mesmo com um notável valor de produção, a estrutura do filme só chega a ser superficial. 

Olha, sinceramente…

O problema dessa nova adaptação é: imagina só deixar o espectador confortável em um filme de vampiro. Ele deixa exposto demais todo o ocultismo interessante que envolve o universo dos vampiros, quase expondo a própria criatura ao Sol cedo demais.


Desnecessariamente longo, e por vezes irritante. No fim das contas, é um plot mais empoeirado do que o caixão onde o próprio Drácula repousa.

 


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