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Invocação do Mal 4: O Último Ritual — Michael Chaves insiste em errar

  • Foto do escritor: Maurício Neves
    Maurício Neves
  • 3 de set.
  • 3 min de leitura

Invocação do Mal 4: O Último Ritual, dirigido por Michael Chaves e escrito por Ian Goldberg, Richard Naing e David Leslie Johnson-McGoldrick, é inspirado nas investigações sobre a assombração da família Smurl conduzidas pelos Warrens.


Estrelado por Patrick Wilson, Vera Farmiga, Mia Tomlinson e Ben Hardy, o longa é o nono filme do Universo Invocação do Mal e sequência direta de Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio (2021), também dirigido por Chaves.

A convite da Warner Bros. Pictures, assistimos antecipadamente ao filme, que estreia nos cinemas brasileiros em 4 de setembro. Confira a seguir nossas impressões.

Invocação do Mal 4: O Último Ritual — Michael Chaves insiste em errar


Enredo

Os Warren enfrentam um novo caso em que entidades desafiam suas próprias experiências. Ed e Lorraine precisam confrontar seus maiores medos, colocando em risco suas vidas em uma batalha contra forças malignas que atormentam a família Smurl.

Invocação do Mal 4: O Último Ritual — Michael Chaves insiste em errar


Roteiro

O filme abre com um flashback: Ed e Lorraine jovens, ainda no início da carreira, enfrentam uma presença demoníaca durante uma investigação. Lorraine, grávida de Judy, entra em trabalho de parto prematuro após ter contato com um espelho amaldiçoado.


Em 1986, Ed ainda se recupera do ataque cardíaco sofrido no filme anterior, ao mesmo tempo em que celebra mais um aniversário. O casal acredita estar aposentado das investigações.


O ponto forte da franquia sempre foi mostrar como o amor e a união da família conseguem vencer o mal. Aqui, esse aspecto é ainda mais evidente. Judy, filha de Ed e Lorraine, ganha mais relevância: além de seu arco ligado ao noivado, percebemos que o flashback inicial conecta sua história à da família Smurl.

Embora sempre haja expectativa em torno de Ed e Lorraine, o destaque maior para Judy e seu noivo Tony acaba sendo uma surpresa positiva, enriquecendo tanto o caso quanto o desenvolvimento da franquia.


No entanto, talvez por já estar acostumado aos jumpscares, não senti tanto medo durante o filme. Também senti falta de uma investigação mais profunda por parte dos Warren, que só ganham mais espaço perto do clímax. A narrativa aposta mais no drama do que no terror, mas a maquiagem dos demônios é eficiente e realmente assustadora, remetendo a produções como Longlegs e A Hora do Mal. Apesar disso, a explicação sobre as entidades é breve e pouco aprofundada.


O clímax parece apressado e não alcança o mesmo impacto dos dois primeiros filmes. O epílogo, por outro lado, traz uma sensação de alívio e de que, ao menos por um momento, tudo está em paz.


Um ponto já desgastado é o uso recorrente de Annabelle. Embora seja uma figura importante no universo, sua presença aqui soa gratuita, somente para lembrar ao público de sua conexão com os Warren.

Invocação do Mal 4: O Último Ritual — Michael Chaves insiste em errar


Elenco

Desde 2013, Vera Farmiga e Patrick Wilson demonstram grande química como Ed e Lorraine. A entrega de ambos continua impecável, transmitindo familiaridade e conforto aos fãs.


Ben Hardy e Mia Tomlinson (que substitui Sterling Jerins no papel de Judy) são boas adições, trazendo mais peso dramático à trama.


Já a família Smurl, composta por oito personagens, tem momentos de destaque, mas sem criar grande conexão emocional com o público, apesar de suas histórias serem impactantes.


O longa também reserva participações rápidas, mas especiais, que funcionam como um presente aos fãs que acompanham a franquia desde o início.

Invocação do Mal 4: O Último Ritual — Michael Chaves insiste em errar


Considerações

Lançado em 2013, Invocação do Mal conquistou público e crítica, dando origem a uma das franquias de terror mais lucrativas do cinema. Além dos filmes principais, vimos derivados como Annabelle (trilogia) e A Freira (dois filmes), que não alcançaram o mesmo prestígio das histórias focadas nos Warren.


Michael Chaves ingressou no universo com A Maldição da Chorona (2019) — título que, embora não seja oficialmente uma sequência, pertence ao mesmo universo. Desde então, sua condução é alvo de críticas, especialmente após a fraca recepção de Invocação do Mal 3. Ainda assim, surpreende seu retorno constante à direção da franquia.

Após nove filmes, é natural que a fórmula esteja desgastada. Invocação do Mal 4: O Último Ritual não é o pior da saga, mas também não chega perto dos dois primeiros, que representam seu auge. Ainda assim, supera o terceiro filme, mesmo trazendo a sensação de já termos visto tudo antes, somente com roupagens diferentes.


Divulgado como o último capítulo, James Wan já revelou a ideia de uma "Fase 2". Embora anunciado como a despedida de Patrick e Vera, os próprios atores demonstraram interesse em voltar futuramente. Resta saber o que o futuro reserva para a franquia, só espero que Michael Chaves não conste nos planos.


Curiosidade: O filme A Casa das Almas Perdidas (The Haunted, 1991) também aborda os eventos ocorridos com a família Smurl.


©2019 por pippoca.

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